Nasci em São Paulo, mas com apenas um ano de vida fui morar no Rio de Janeiro com meus pais. Cresci entre o barulho da televisão, o batuque do samba, o calor da rua e o som das ondas ao fundo. Fiquei lá até os 15, quando voltei pra São Paulo — cidade que, desde então, é meu ponto de partida e de chegada.

Essa convivência entre dois lugares tão diferentes acabou moldando meu jeito de ver o mundo: do Rio, ficou o traço leve, a escuta solta e o coração saudosista; de São Paulo, o ritmo acelerado e os dois pés na modernidade.

Minhas paixões sempre deram um jeito de se enfiar no que faço. Sou viciado em cinema desde moleque — daqueles que assiste aos créditos só pra ver quem pensou na trilha, na montagem, no figurino. Gosto de coisas bem diferentes: de Hitchcock a Spielberg, passando por David Lynch, David Lean, cinema asiático e os filmes brasileiros dos anos 80 que têm um charme meio caótico que refelete muito do que sou.

Na música, sou do tipo que vai de Oasis a Cartola sem culpa nenhuma no trajeto. Curto grunge (Alice in Chains, especialmente), mas também me emociono fácil com um bom samba de raiz. Fã declarado de carnaval, torço pela Beija-Flor como se fosse final de campeonato. Aliás, falando nisso, sou são-paulino fanático — daqueles que amam e odeiam o Luciano. E sim, gosto (muito) de novela. Acho que é nosso produto de exportação que mais traduz o que somos.